Ajuste fiscal no Brasil: solução ou prejuízo?

O ajuste fiscal é um tema que frequentemente ocupa o centro do debate econômico no Brasil, especialmente em momentos de incerteza e desafios nas contas públicas. Em 2024, o governo brasileiro adotou medidas de austeridade com o objetivo de equilibrar o orçamento e garantir a sustentabilidade da dívida pública, respondendo às exigências do novo arcabouço fiscal. Mas será que esses ajustes representam a solução definitiva para a estabilidade econômica, ou podem comprometer o crescimento e agravar desigualdades sociais?

Neste artigo, vamos explorar os impactos do ajuste fiscal no Brasil, analisando os argumentos a favor e contra essas medidas. Entenda como decisões relacionadas a cortes de gastos, tributação e políticas públicas podem moldar o futuro do país, afetando desde a economia doméstica até a percepção internacional do mercado brasileiro.

 

1. Previsões para o futuro do país

(Imagem: Reprodução/Internet)

As previsões para a economia brasileira nos próximos anos indicam desafios e oportunidades.

Para 2025, as projeções mantêm crescimento de 2% ao ano, com inflação se aproximando da meta de 5,5%. A taxa básica de juros (Selic) deve continuar em subida gradual, podendo chegar a 13% até 2026, o que pode desestimular investimentos e consumo. Além disso, as finanças públicas ainda apresentam desafios, como déficits primários projetados para os próximos anos, apesar de um esforço para estabilizar a dívida pública.

A economia também depende do cenário global, com destaque para exportações agrícolas e industriais, além do impacto do câmbio, estimado em R$ 6,0 por dólar em 2025. A recuperação do consumo interno e o crescimento do setor de serviços são fatores positivos no curto prazo.

 

2. Quais medidas adotadas no ajuste fiscal?

Como comentado anteriormente, esses ajustes fiscais têm como objetivo ajustar as contas públicas e atender às exigências do novo arcabouço fiscal. Entre as principais medidas anunciadas pelo governo, vamos destacar algumas delas:

1) O governo revisará os benefícios sociais, como o CadÚnico, com a intenção de economizar cerca de R$ 4,3 bilhões. Além disso, revisará os benefícios previdenciários, resultando em economias estimadas de R$ 3,2 bilhões;

2) O governo revisará o Proagro e realizará um pente-fino no seguro-defeso para pescadores, com projeções de economias de R$ 1,9 bilhão e R$ 1,1 bilhão, respectivamente​;

3) Ocorrerá uma redução no setor militar, em específico na previdência militar, representando uma parte significativa do Ministério da Defesa;

4) Além disso, eles iram revisar os benefícios trabalhistas, com possíveis mudanças nas regras de abono salarial e seguro-desemprego, visando aumentar a formalização do mercado de trabalho.

 

3. Fatores para o ajuste fiscal

O ajuste fiscal no país é influenciado por diversas combinações. Abaixo iremos enumerar alguns fatores que impulsionaram essa medida.

1) Redução do déficit fiscal – visto que o país apresenta uma dívida financeira que vem aumentando com o decorrer do ano;

2) Combater a inflação – nos últimos meses, a inflação vem aumentando com o decorrer do tempo, estando próxima de chegar em 5%;

3) Melhorar credibilidade econômica – com o aumento da taxa da inflação e taxa de juros muitos investidores têm deixado de realocar seu dinheiro no país, com isso, o governo tenta reverter essas ações;

4) Limitação da arrecadação – em 2024, as receitas tributária vêm sendo apresentada abaixo do esperado devido a uma desaceleração econômica ou dificuldades na implementação de novos tributos;

5) Contexto político – com eleições em 2026, o governo pode buscar consolidar uma imagem de responsabilidade fiscal. No entanto, ao mesmo tempo, enfrenta pressão para manter investimentos sociais e evitar descontentamento popular.

 

4. Como ficam os empregos e rendas no país?

Segundo Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social, o corte de gastos vai olhar para o crescimento da economia, emprego e renda. “O presidente entende que é importante fazer ajustes para manter o crescimento, a geração de emprego e o crescimento do PIB. Os grandes números da economia brasileira são muito positivos e temos que manter isso”, disse Pimenta no G20.

 

5. Terá impacto para as eleições presidenciais de 2026?

A resposta é…DEPENDE. O ajuste fiscal pode ter impactos significativos nas eleições presidenciais de 2026, dependendo de como ele é visto pela população e dos efeitos que gera na economia e no bem-estar social, com o decorrer do tempo.

É necessário observar alguns desdobramentos que podem ocorrer nesse período como os impactos na economia, ou seja, se o corte de gastos resultar em melhora da economia, vai ser positivo para o Lula, e se resultar em redução dos investimentos nas áreas essenciais (saúde, educação e infraestrutura), vai ser negativo para o governo atual. Além disso, as alterações nos programas sociais é algo que tende a ser negativo para o governo Lula e positivo para a oposição.

A narrativa e interação com a população durante 2025 e 2026 serão fundamentais para entender a opinião dela. Partidos da oposição podem capitalizar insatisfações, promovendo narrativas de que o governo não priorizou as necessidades do povo.

 

Rolar para cima